Setor recebe com otimismo redução das taxas de juros e aposta em
crescimento de até 60% no segundo semestre
Com as taxas de juros básicas no menor patamar de sua história, a
economia brasileira deverá acelerar seu crescimento no segundo semestre de 2012, e o mercado
imobiliário será diretamente beneficiado, avaliam especialistas de bancos,
imobiliárias e construtoras.
No Distrito Federal, terceiro maior mercado do País, o setor está
otimista. “O juro alto era um dos maiores empecilhos para o financiamento
bancário e imobiliário. A queda é positiva e irá contribuir para a compra e
venda de imóveis”, afirma o diretor da Bordalo Imóveis, Aurélio Bordalo. “O
aquecimento ocorrerá aos poucos, não de imediato, mas creio que teremos um
movimento 60% maior no segundo semestre de 2012, em comparação com os seis primeiros
meses”, analisa o empresário.
Ainda segundo Bordalo, há espaço para redução da taxa Selic até o
fim deste ano, que poderá chegar a dezembro cravando 8%. Isso porque, mesmo com
a queda histórica das taxas, o percentual praticado no Brasil, atualmente de
8,5%, ainda é um dos mais altos do mundo.
Para o diretor-executivo da Lopes Royal, Marco Antonio Demartini,
a queda nas taxas de juros atrai novos públicos para o financiamento. “Quinze
anos atrás, quem desejasse financiar um imóvel de R$ 500
mil, em 20 anos, teria que pagar uma prestação de R$ 7,5 mil por mês. Hoje, esse valor
mensal está em R$ 5,5 mil”, exemplifica Demartini.
Outra vantagem, afirma o executivo, é o baixo índice de
financiamento imobiliário no Brasil, inferior a 6% do Produto Interno Bruto
(PIB), sinalizando que há muito espaço para crescer. Em outros países, esse
índice chega a 70%. “Além disso, o País tem um déficit habitacional de 5,6
milhões de moradias. As pessoas vão comprar sua casa própria nos próximos anos”, diz. “Deixamos uma
inflação de 80% ao mês, há duas décadas, para 4,5% ao ano atualmente. Só temos
boas notícias.”
O Distrito Federal vive
situação privilegiada, ancorado em fatores decisivos para o aquecimento do
mercado. Primeiro, a massa salarial do setor público é o motor da economia
local. Funciona como uma garantia de renda estável da população. Segundo, a
cidade recebe fortes investimentos em infraestrutura, com
vistas à Copa das Confederações e à Copa do Mundo de Futebol. E, finalmente, a
população do DF e Entorno é uma das que mais cresce no Brasil, criando a
necessidade de novos empreendimentos em todas as faixas de renda.
Os bancos agem...
Como consequência da queda nas taxas de juros, colocada em curso pelo
governo, os bancos fizeram, nos últimos meses, mais ajustes que em uma década inteira, e também apostam no
aquecimento do setor imobiliário. De acordo com o diretor-executivo de negócios
imobiliários do Santander, José Roberto Machado, as condições, “que já eram
boas”, em alguns casos ficaram ainda melhores. “Os prazos de financiamento já
há algum tempo foram estendidos para até 30 anos, e o Santander foi o primeiro
banco a fazer isso”, diz.
Se por um lado uma instituição privada foi a primeira a estender o
prazo, por outro foram os bancos estatais os pioneiros no corte dos juros. No
fim de abril, a Caixa Econômica Federal anunciou a diminuição em até 21% das
taxas de juros para crédito imobiliário, antes do Feirão da Casa Própria,
realizado em maio nas grandes cidades do País. As novas taxas valem para todos
os que tomam empréstimos na Caixa, independentemente do relacionamento com a
instituição.
Para os imóveis de até R$ 500 mil, contratados dentro do Sistema
Financeiro de Habitação (SFH), a taxa caiu de 10% para 9% ao ano. Na simulação
de um empréstimo de R$ 200 mil, a queda representa uma economia de R$ 1,8 mil
nas prestações do primeiro ano de pagamento, ou R$ 18 mil num contrato de 20
anos (veja quadros).
Já o Itaú investe em fortalecer o relacionamento do cliente com o
banco. Assim, as regras sobre a taxa são praticamente individualizadas, variam
de caso a caso. Um diferencial é que a aprovação do crédito sai em no máximo um
dia, ou até uma hora para os correntistas.
... e reagem
O Banco do Brasil reagiu às condições da Caixa e, no dia 1º de
junho, também anunciou a queda de até 21% nas taxas. Pelas novas regras, em um
financiamento de R$ 240 mil, por um período de 300 meses, a economia gerada para o
cliente poderá ser de até R$ 2.272,00 no primeiro ano, e de R$ 28.000,00 no
total.
Cinco dias depois,
a Caixa entrou em cena, novamente, com o
anúncio da ampliação do prazo de financiamento para 35 anos. Com isso, o banco
estatal espera atingir a meta de R$ 96 bilhões em crédito imobiliário este ano.
Santander? Banco do Brasil? Itaú? Quem é o próximo a dar mais uma boa notícia
para o setor imobiliário?
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