Aumento de 71% a 105% no preço médio dos terrenos à venda em
Curitiba, nos últimos quatro anos. Esta é a projeção da Associação dos
Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR) para o
insumo que tem o maior impacto no custo da construção civil. Este cenário foi
elaborado considerando a variação do preço do metro quadrado privativo dos
apartamentos novos na capital, de dezembro de 2008 a maio de 2012, e o
percentual correspondente ao valor de permuta dos empreendimentos, variando de
15% a 18% do Volume Geral de Vendas (VGV).
Num cenário de aumento do percentual de VGV para permuta,
começando em 15% sobre o valor total do empreendimento e com crescimento de um
ponto percentual ao ano, o custo do terreno registrou alta de 105% no último quadriênio.
De acordo com o presidente da entidade, Gustavo Selig, a alta é o reflexo da
especulação imobiliária que aconteceu no período, causando distorções no
mercado. “O terreno não pode subir acima do preço do imóvel e, em muitos casos,
a alta foi muito superior à apontada na projeção. Além disso, um terreno no
Água Verde, Batel, Cabral e Alto da XV não pode ter o mesmo preço de outro, com
as mesmas área e características, no Pinheirinho ou Xaxim”, exemplifica.
Segundo Selig, o momento é de estabilização no preço dos terrenos,
seguindo a valorização do mercado de lançamentos, bem como dos percentuais do
VGV destinados à permuta que, em algumas situações, superaram o índice de 18%.
“Alguns terrenos já estão voltando para o patamar real de custo, assim como os
percentuais de permuta, até porque muitos destes terrenos ficaram parados.
Chegar ao índice máximo de retorno do valor do terreno ao proprietário, somente
se a área for extremamente bem localizada e estiver numa região muito
valorizada”, diz.
O custo de mão de obra, incluindo remuneração e encargos, tem
a segunda maior participação no Custo Unitário da Construção (CUB) na capital
paranaense. Estudo realizado pela Ademi/PR, que compreendeu a análise das
variações do índice calculado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil
(Sinduscon/PR) no último quadriênio, prevê um aumento de 45% em maio de 2012,
em relação a dezembro de 2008. O presidente da Ademi/PR explica que isso
aconteceu em função do aquecimento do mercado, ante a escassez de mão de obra qualificada.
Diante deste cenário, Selig acredita que distribuir os recursos
para a formação da própria equipe de trabalho e para a contratação de
empreiteiras é uma boa alternativa para equilibrar os gastos, sem perdas na
qualidade e agilidade da obra. “O custo de uma obra feita integralmente com mão
de obra terceirizada é mais elevado do que com equipe própria, pois, se a
exigência por recursos para mão de obra aumentou para as construtoras, a conta
é ainda maior para as empreiteiras, considerando a margem de lucro que elas
possuem”, explica. A projeção da Ademi/PR revelou ainda que o custo dos
materiais de construção teve alta de 5%, em média, nos últimos quatro anos.
Mais informações
Italiano - Consultor de Imóveis em Curitiba
(41) 8409 0969